Em Londrina (PR), uma mulher de 47 anos teve o olho arrancado pelo filho, que sofre de um tipo raro de autismo.
Ao ser informada pela equipe médica que o olho não poderia ser reimplantado, preferiu optar pela doação. "Quando cheguei no hospital, achei que meu olho estava cortado. Imagine? Quando me falaram que o globo ocular estava intacto falei que faria a doação. A gente tem uma ilusão que o corpo é da gente e não sabemos os planos que Deus tem para nós", comentou.
Imagem: Arquivo Eliandro Piva |
O médico oftalmologista Noboru Yagui explicou que a córnea é um tipo de órgão que não pode ser reimplantado. "A lesão arrebentou todos os nervos ópticos e não seria possível religá-los", disse. O tipo de transplante entre vivos é raro. "Normalmente não existe, aconteceu esse acidente, a paciente doou e a córnea foi reaproveitada", afirmou.
Maria de Lourdes Dechechi, 47 anos, diz que está bem. Já em casa e de repouso, ela agora passa por um período de adaptação à nova vida. "É como se fosse uma cirurgia. Preciso ficar de repouso absoluto. Dores não sinto porque tenho colírios anestésicos", disse.
O filho dela, de 19 anos, está internado numa clínica. "Meu filho não é drogado, não é viciado e nem alcoólatra. É uma pessoa que tem problema neurológico sério, que toma medicações e de vez em quando entra em surto", afirmou a mulher, que ainda busca ajuda do Ministério Público (MP) para garantir ajuda para o tratamento do filho.
Nileide Vieira
O Diário
Editado por Gazeta Social
Nenhum comentário:
Postar um comentário