A Comissão da Verdade de São Paulo declarou que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek (JK) foi assassinado durante a ditadura militar (1964-1985), contrariando a versão de morte em acidente de carro. O relatório, apresentado nesta terça-feira (10), na Câmara Municipal de São Paulo, tem evidências de "conspiração, complô e atentado político".
"Nós estamos convictos de que Juscelino Kubitschek foi assassinado, não temos dúvidas disso. Estamos assumindo essa responsabilidade porque ouvimos muitos envolvidos na época e conseguimos juntar provas", disse o presidente da Comissão da Verdade, vereador Gilberto Natalini (PV), segundo informações da Câmara. “Queremos que seja declarado que JK foi assassinado.”
Foram apresentadas 90 evidências. Entre elas, está o relato do perito criminal Alberto Carlos de Minas, que revelou ter recebido ameaças para não vincular o "acidente automobilístico" a um atentado político. O perito disse que o motorista do ex-presidente deve ter perdido controle do carro após ser vítima de disparo de arma de fogo. Havia, de acordo com ele, fragmentos metálicos no crânio do motorista, Geraldo Ribeiro.
A morte de JK e Ribeiro ocorreu em agosto de 1976 na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Segundo a versão do governo na época, o carro em que estava o ex-presidente colidiu com uma carreta após ter sido fechado por um ônibus.
O relatório da Comissão da Verdade também inclui os depoimentos do ex-motorista da Viação Cometa Josias Nunes de Oliveira, que relatou o momento em que o carro em que estava JK "ultrapassou o ônibus pela direita e não fez a curva", e do ex-secretário de JK, Serafim Jardim, que revelou que o ex-presidente recebia ameaças e estava sendo vigiado por agentes do governo militar.
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL 10/12/2013 17h40 - Atualizado em 10/12/2013 17h43
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